Queremos Aeroporto no “deserto”!
Tenho ouvido e lido todo o tipo de comentários sobre as vantagens e desvantagens da localização do futuro aeroporto.
Sendo claro que a razão primeira para a construção do novo aeroporto é o “agarrar” de uma fatia de mercado importante que é o transporte de carga, e que neste momento se está a perder para Madrid, não tenho visto nestes debates grandes ou pequenas referencias à futura Plataforma Logística do Poceirão.
Esta plataforma, se apoiada por um aeroporto em Alcochete, pode vir a representar um volte-face na situação económica e no mercado de emprego da Região de Setúbal, pelo que estranhamente ainda não vi ser formada nenhuma comissão de estudo e, porque não dizê-lo, de pressão (vulgo lobbie) junto das entidades governamentais. Refiro-me a uma comissão com interesses públicos, pois foi graças a uma comissão com interesses privados que esta opção viu a luz do dia.
Esta comissão que deveria ser constituída preferencialmente pelos presidentes de câmara da região, tal como o fizeram para protestar contra a co-incineração, poderia ter um papel fundamental na alteração do Projecto da Ota para Alcochete.
Talvez apenas porque as gentes da Região Oeste o souberam fazer, ainda está de pé a hipótese Ota.
Por todos os motivos apresentados, penso que é chegada a hora de criar esta comissão de pressão pró-Aeroporto de Alcochete, esquecendo por agora as cores políticas em prol da “Margem Sul”.
Rui Viana
Sendo claro que a razão primeira para a construção do novo aeroporto é o “agarrar” de uma fatia de mercado importante que é o transporte de carga, e que neste momento se está a perder para Madrid, não tenho visto nestes debates grandes ou pequenas referencias à futura Plataforma Logística do Poceirão.
Esta plataforma, se apoiada por um aeroporto em Alcochete, pode vir a representar um volte-face na situação económica e no mercado de emprego da Região de Setúbal, pelo que estranhamente ainda não vi ser formada nenhuma comissão de estudo e, porque não dizê-lo, de pressão (vulgo lobbie) junto das entidades governamentais. Refiro-me a uma comissão com interesses públicos, pois foi graças a uma comissão com interesses privados que esta opção viu a luz do dia.
Esta comissão que deveria ser constituída preferencialmente pelos presidentes de câmara da região, tal como o fizeram para protestar contra a co-incineração, poderia ter um papel fundamental na alteração do Projecto da Ota para Alcochete.
Talvez apenas porque as gentes da Região Oeste o souberam fazer, ainda está de pé a hipótese Ota.
Por todos os motivos apresentados, penso que é chegada a hora de criar esta comissão de pressão pró-Aeroporto de Alcochete, esquecendo por agora as cores políticas em prol da “Margem Sul”.
Rui Viana
5 comentários:
A implantação de uma importante plataforma logística como é um aeroporto intercontinental, devia ser acarinhado e aproveitado como uma oportunidade única para o desenvolvimento económico do distrito de Setúbal.
À volta de qualquer plataforma deste tipo fixam-se os mais variados tipos de investimentos.
A grande dependência face a um único grande investidor no distrito, como se verifica hoje com a Autoeuropa, leva a que o estado não consiga ter uma capacidade negocial, nem conseguir melhorar as condições dos próprios trabalhadores.
Desconfio que os responsáveis pelo distrito e pelos concelhos só vão acordar quando alguém disser que o aeroporto vai para outro sítio qualquer.
Já houve um lóbi desta região e para esse fim, no período anterior à decisão de localizar o aeroporto na OTA. Na altura fizeram bastante barulho. Recordo-me, por exemplo, de várias intervenções do general Lemos Ferreira a mostrar como a OTA seria insegura e de como seria preciso deslocar toneladas de terra. E de que serviu?
Depois da decisão do governo de instalar o aeroporto na OTA esse lóbi desfez-se, logicamente. Agora que o assunto parece estar a orientar-se para Alcochete, não vejo que interesse teria um grupo de pressão dessa natureza: apenas pareceria tratar-se de um movimento bairrista, a puxar a brasa à sua sardinha, como acontece com as posições dos autarcas da região da OTA.
Um aeroporto em Alcochete, é bom recordar, não trará só coisas boas. Economicamente será bom. Mas ajudará a aumentar ainda mais a pressão urbanistica sobre esta região. E imaginem agora quem ficar nas rotas de aterragem, o que não soferá com o ruído. Só espero que isso não aconteça em Sesimbra.
Veja o que foi deliberado pela Assembleia Municipal de Sesimbra sobre este assunto.
Curiosa foi a posição do PS...
Se o aeroporto for construido em Alcochete, todos os utentes das rotas de Setubal; Alentejo; Beira Baixa; Ribatejo; Centro e Norte do País não precisariam de entrar em Lisboa.
Se o aeroporto for construido na Ota (onde os "avisados" investiram na compra de terrenos), todo o trafego tem que passar forçozamente por Lisboa para se direccionar para a Ota, ora se isto é uma parolice, e Portugal é o país dos politicos parolos, então que se construa na Ota!
Este ultimo argumento é pitosga. Com o aeroporto na OTA é verdade que todo o tráfego do sul tem de atravessar o Tejo. Mas se o aeroporto for em Alcochete, é todo o tráfego do norte, incluindo Lisboa, que tem de atravessar o Tejo. Não é por aí que o gato vai às filhozes. Acho bem que o pessoal do sul defenda Alcochete, mas preparem-se para alguns problemas, não vai ser tudo maravilhas.
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