quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A politica enquanto competição

A competição é algo que faz parte da minha vida desde os 4 anos. Neste caso, a competição automóvel. Como alguns leitores sabem, pratiquei este desporto durante 13 anos e portanto a luta pela vitória é algo que me está no subconsciente. Lutar por ir mais longe é algo que se constrói continuamente, e no caso do automobilismo começa com os treinos e continua após a partida, volta após volta, etapa após etapa, e só termina após passar a meta. Seja uma corrida de sprint ou de endurance, seja uma corrida a solo ou de equipa. Ainda antes dos treinos, toda a fase de preparação faz parte do trabalho em direcção à luta pela vitória.
E isto é assim para todos. Quem não quer ter trabalho ou entrar em disputas, não vai para as corridas e ponto final.

No automobilismo como em tudo na vida, temos de preparar, delinear a estratégia, trabalhar, lutar, e competir até à vitória. E nisto incluo obviamente também a politica.
Para surpresa minha, neste Concelho as coisas parecem não ser assim. Não se vê trabalho de preparação, não se vê a delineação da estratégia das “equipas”, não se vê os trabalhos de afinação, não se vêm os “treinos”, e quando chega a altura da “prova” verificamos que os “concorrentes” aparecem na “grelha de partida”, depois resguardam-se na “box” durante uns tempos, e na hora final da “prova” vão todos para a “pista” para o “cortar da meta” na esperança de lhes calhar um lugar no “podium” saído tipo lotaria, sem trabalho prévio e sem estratégia.

É portanto estranho para mim que já em plena fase de “treinos” desta corrida autárquica, as “equipas” opositoras do “Campeão” em titulo ainda não estejam na “pista” a lutarem pelo melhor lugar na “grelha de partida”.
No caso de uma das “equipas”, vemos o “piloto” a fazer aquecimento físico, mas a equipa de “mecânicos”, o “team-manager”, o “cronometrista”, etc. nem vê-los.
Na “equipa” que obteve o ultimo “titulo”, vemos o “carro” a rolar ao ralenti que obviamente sem concorrentes que o sejam, ganhará a próxima “corrida”.
As outras “equipas”, nem vê-las.

Definitivamente, não percebo nada de politica concelhia!
Rui Viana

5 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns por esta analogia entre a sua paixão e a politica concelhia.
Está sem duvida muito conseguida. Acima de tudo aprecio a forma subtil como pede aos seus camaradas para acordarem deste marasmo em que se encontram. Será vergonhoso que venham na campanha dizer que tudo têm feito por este concelho quando na verdade só aparecem quando for para alinhar para o tacho. Falo dos socialistas porque seriam a unica força com com capacidade de mobilização para enfrentar o poder instalado. Os outros são pobres figurantes nesta comédia Pexita.

Anónimo disse...

Augusto Duarte, um socialista que não teve pachorra para aturar o partido e bateu com a porta.
Um exemplo para o amigo Rui, e para outros socialistas que não estejam para aturar o actual estado de coisas...

Rui Viana disse...

Estimado leitor

Apesar de respeitar a sua opinião, permita-me discordar da actual postura de Augusto Duarte, homem por quem nutro algum respeito e por quem tive muita admiração, quer pela sua evolução politica, quer pelo seu lado genuíno.

Repare que eu não deixo de lutar pelo meu ideal socialista (na sua vertente social democrata, e não confundir com a vertente soviética socialista), mesmo que não me reveja na postura de silêncio e omissão politica da actual direcção do PS Sesimbra.

Na minha opinião, Augusto Duarte não está preocupado em lutar pelo seu ideal socialista, mas sim em lutar pelo seu ideal egocêntrico. Ou seja, realizar o seu sonho de ser vereador a qualquer preço. Como não foi capaz de se impor dentro do PS Sesimbra, por um lado porque não soube manter a sua estratégia de se fazer respeitar enquanto pessoa trabalhadora, esforçada e dedicada, por outro, por se ter passado a aconselhar com as pessoas erradas, decidiu arredar o “seu” PS para o lado e partir para uma estratégia que lhe dará algum brilho momentâneo mas que se extinguirá por completo a médio prazo.

Portanto a luta por um ideal político faz-se no seio dos partidos e não por caminhos paralelos que nos podem servir de atalho momentâneo mas que não nos levam a lado nenhum no futuro.

Reforço que as minhas motivações politicas são idealistas e não têm pretensões económico-sociais.

Anónimo disse...

Como isto é filtrado, dúvido que este comentário seja públicado! O seu ideal é igual a todos os outros! Na politica é tudo a mesma coisa! Enquanto o Augusto Duarte teve a dignidade de bater com a porta, o Rui Viana continua lá a rastejar pelas sobras!!!! Não me venhas com ideais, toda a gente conhece os seus "ideais"!!!

Rui Viana disse...

Ao anónimo das 15.53

Como vê o seu comentário foi publicado, e nem teria porque não o ser: Não falta ao respeito a ninguém e eu não boicoto aqueles que não concordam comigo.

Sobre andar a rastejar e se me conhecesse um pouco melhor saberia que esse é exactamente o problema maior que me separa da actual direcção do PS Sesimbra. É que eu não tenho feitio para rastejar atrás de ninguém e é isso que eles estão habituados que lhes façam. Claro que também nos separa toda a maneira de pensar, actuar e forma de estar na politica.

Isto leva-nos á segunda questão: Não ando ás sobras porque não procuro nada. Não sou politico (no sentido profissional do termo), não procuro emprego nem tacho, e limito-me a pensar pela minha cabeça. Enquanto a minha maneira de ser e pensar se encaixar no ideal social democrata que o PS (a nivel nacional) pratica, eu serei militante do PS com todo o gosto (e apesar de não me rever na politica - ou ausencia dela - da concelhia do PS em Sesimbra).

O caso do Augusto Duarte é diferente do meu. Ele também não deixou de ser socialista, mas teve de se demitir para ir ao encontro do objectivo dele: Ser vereador. Objectivo que estaria sempre boicotado com esta direcção do PS Sesimbra. Ou seja, ele não desistiu de lutar pelo sonho dele. Decidiu foi ir pelo caminho mais curto e quiçá com menos futuro também, porque daqui a 4 anos e meio a carreira dele morrerá sem ter o peso de um PS a ampará-lo.